Evento – Oco: o vazio que pulsa
Georges Bataille já nos mostrou que toda produção traz em si um excedente que se caracteriza pelo dispêndio improdutivo. É a contra-cara da economia utilitarista que mascara e busca preencher uma espécie de vazio imanente. Maurice Blanchot, por sua vez, pensa, em 1968, O espaço literário como um “inefável lugar de origem de qualquer obra de arte”. Este, seria um espaço de “Geografia impossível, escuridão e nada”. Já em seu livro de 1977, Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ocidental, Giorgio Agamben se debruça sobre o tema do objeto ausente. Dentro das reflexões que empreende na obra, e partindo do conceito de imagem dialética cunhado por Walter Benjamin, Agamben pensa a ideia do emblema. O emblema, esse símbolo do puro deslocamento, seria o simulacro que faz girar em torno de si o vazio, gerando um procedimento de repetição que, por sua vez, retorna ao vazio. O emblema é um espaço de deslocamento originário onde a semântica, à moda da metáfora, está sempre sujeita a uma alteração. Para Agamben, esta é uma tônica da possibilidade do pensamento: o fazer girar. O vazio aqui se apresenta justamente como aquilo que permite o movimento, trata-se de uma ausência como potência, ainda que seja uma “potência de não”. Tendo o vazio como espaço próprio à criação, ao pensamento e ao movimento, o Núcleo Oco de Pesquisa em Arte(s) convida para a participação no I Seminário OCO: O vazio que pulsa, cujo objetivo é estabelecer o diálogo an-autonômico entre os diversos campos do saber, como Literatura, Filosofia, Cinema, História, Artes, entre outros. O período de submissões de propostas de comunicação oral estará aberto até 01 de junho de 2018. O evento ocorrerá nos dias 20 e 21 de junho, na Sala Machado de Assis, prédio B do Centro de Comunicação e Expressão da UFSC. As propostas devem ser enviadas para o e-mail: seminario.oco@gmail.com, contendo nome, vínculo institucional, título do trabalho, resumo (entre 200 e 300 palavras) e palavras-chave.