Palestra Prof. Dr. Jorge Bracamonte

21/02/2020 16:47

Resumo: No final do século 20, o escritor e ensaísta argentino Ricardo Piglia, frequente  teorizador do gênero romance, sinaliza que é possível distinguir três grandes teorias sobre o romance na América Latina que surgiram de maneira alternativa aos modelos provenientes da Europa ou da América do Norte. Elas foram enunciadas pelos próprios escritores. O primeiro caso surgiu na retomada dos pressupostos dos cronistas das Índias, de que derivaram estéticas como o Real Maravilhoso. O segundo caso surgiu das tradições de hibridez cultural e diglossia. E, no terceiro caso, se busca gerar uma teorização, uma técnica e procedimentos extremamente singulares, alternativos às novidades técnicas de culturas de outros continentes. Piglia condensa essas teorias nas respectivas reflexões de Carpentier, Arguedas ou Roa Bastos e Macedonio Fernández. Visão que se completa com a outra teoria das três vanguardas que Piglia observa na Argentina depois do ano 1967, ano da publicação do romance póstumo de Macedonio Fernández; três vanguardas emblematizadas em Juan José Saer, Rodolfo Walsh e Manuel Puig. Em que medida aquelas caracterizações de Piglia dialogam com a proposta por Rama para entender as principais tendências narrativas vanguardistas, condensada na tensão vanguardas tecnificadoras versus transculturadoras? Em que medida a Transculturação é uma perspectiva para pensar certas renovações singulares do romance continental? O romance é uma forma cujas possibilidades excedem uma tensão como Tecnificação e Transculturação? Faremos algumas considerações a partir de textos argentinos em diálogo com escrituras de outras regiões da América Latina.

Curriculum breve: Jorge Bracamonte é Doutor e Pós-doutor em Letras e Estudos do Discurso. Profesor Titular de Literatura Argentina 3 da Faculdade de Filosofía e Humanidades da Universidade Nacional de Córdoba, Argentina. Pesquisador Independente de Carreira do CONICET. Foi membro do “Consejo del IDH CONICET” e integra o “Comité Académico del Doctorado de Letras de la UNC”. É autor de Los códigos de la transgresión. Lengua literaria, lengua política y escritura narrativa en la Argentina contemporánea; Macedonio Fernández: una pasión teórica; Contra la mediocridad. Cuatro ensayistas argentinos en el entresiglos e Escritura y Lengua,  entre el juego y la intemperie. Por una teoría de la novela experimental argentina (no prelo). É coeditor de Juego de espejos. Otredades y cambios en el sistema literario argentino contemporáneo (2014). Publicou artigos em livros e revistas especializados sobre Ricardo Piglia, Juan José Saer, Libertad Demitropulos, Macedonio Fernández, Roger Pla, Julio Cortázar, Sara Gallardo e Antonio Di Benedetto, entre outres.

Aula inaugural 2020.1

20/02/2020 16:40

“TEU LIVRO EU NÃO SEI LER, BRASIL”

A transfiguração da palavra escrita em alegoria carnavalesca em desfiles do Grupo Especial da LIESA/RJ – 2018, 2019 e 2020

Nos Concursos do Grupo Especial das Escolas de Samba da LIESA/RJ dos três últimos anos, algumas escolas de samba interseccionaram expressão artística e imagens políticas ao alegorizar questões atuais em debate na sociedade brasileira. Tendo como fundamento a teoria da alegoria e a filosofia da história de Walter Benjamin, a palestrante analisa a transfiguração de sinopses, enredos, letras de samba e outros textos dos Abre-Alas carnavalescos em alegorias que desfilaram na Passarela do Samba Professor Darcy Ribeiro.

Fátima Costa de Lima

Professora e Chefe do Departamento de Artes Cênicas do Centro de Artes da UDESC, pesquisa teatro negro, teatro político e arte carnavalesca tendo como referencial teórico a obra de Walter Benjamin. Coordena o Grupo de Pesquisa CNPq Imagens Políticas: poéticas políticas da cena contemporânea e o Programa de Extensão NEGA – Negras Experimentações Grupo de Artes. Atriz, cenógrafa, diretora teatral e carnavalesca, artista dos coletivos Inclassificáveis e Africatarina.

30/10/2018 16:35
  • Página 2 de 2
  • 1
  • 2