Encontros de Pesquisa do NECLIT

07/07/2020 19:13

O Núcleo de Estudos Contemporâneos de Literatura Italiana convida toda a comunidade para o “Encontro de pesquisa”, com Doutorandos, Mestrandos e PIBICs. Pretende-se a partir das pesquisas desenvolvidas dentro núcleo propiciar um espaço de debate sobre questões que tocam o objeto literário, a pesquisa, o desenvolvimento da pesquisa em tempos de Covid-19.

Durante o mês de julho, toda sexta-feira, às 18h, no link: meet.google.com/rfr-mzfw-zju

A programação dessa semana segue em anexo.

Projeto Krisis-Tempos de Covid-19: Profº Sergio Givone

02/07/2020 09:36

Sergio Givone, professor de filosofia da Universidade de Turim, fala sobre a chamada imunidade de rebanho, sobre o estado de exceção e sobre o “princípio de respeito”. Uma análise lúcida que passa pelas pestes do passado, pelos desequilíbrios da natureza para chegar na nossa relação com os outros e com o que está ao nosso redor. Para ele, a saída do que estamos vivendo encontra-se no debate sobre o “princípio de responsabilidade”.

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Entrevista com o filósofo italiano Massimo Cacciari para o projeto Krisis – Tempos de Covid-19

15/06/2020 13:40

Andrea Santurbano e Patricia Peterle, professores do Programa de Pós-Graduação em Literatura da UFSC, entrevistaram o filósofo italiano Massimo Cacciari para o projeto Krisis – Tempos de Covid-19, promovido pelo Núcleo de Estudos Contemporâneos de Literatura Italiana. Esse vídeo é a primeira parte da entrevista em que Cacciari trata da pandemia de Covid-19, das mudanças sociais que já estavam presentes na sociedade e que, agora, se aceleram, da União Europeia, do ensino à distância e do trabalho remoto.

O projeto Krisis já publicou mais de 20 vídeos com intelectuais, poetas e escritores italianos, criando um arquivo desse momento tão complexo.

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[Representação Discente] Posicionamentos da Representação Discente diante da Pandemia

12/06/2020 09:00
  1. A Representação discente entende que a Reitoria da UFSC ainda não informou à comunidade acadêmica, detalhadamente e com os devidos fundamentos legais, como é necessário, quais as efetivas consequências de um eventual cancelamento ou uma suspensão do semestre. Solicitamos, portanto, à Coordenação do PPGLit e à APG que exijam enfaticamente, da Reitoria, uma resposta adequada e amplamente divulgada, sem a qual todo o debate acerca do andamento das atividades da UFSC fica prejudicado;

  2. A Representação discente defende que se cumpra rigorosamente a Portaria Normativa nº 364, de 29 de maio, que prorroga a suspensão, por tempo indeterminado, de todas as atividades de ensino, em todos os níveis e modalidades (https://noticias.paginas.ufsc.br/files/2020/05/Portaria_Normativa_364_assinado.pdf). A Representação discente se dispõe a receber denúncias de assédio e de atividades que eventualmente venham a transgredir a Portaria da Reitoria;

  3. A Representação discente defende que se cumpra rigorosamente o Ofício Circular Nº 25/2020, da PROPG (https://novaprpg.paginas.ufsc.br/files/2016/07/Oficio_Circular_N.%C2%BA_25.2020.PROPG_-_Realizacao_de_Exame_de_Qualificacao_e_Apresentacao_de_Proficiencia_em_Idiomas_assinado.pdf). O ofício comunica a prorrogação “por noventa dias, contados a partir dos  respectivos prazos finais, para realização dos exames de qualificação (mestrado e doutorado) e para apresentação do comprovante de proficiência em língua estrangeira”. E ressalta também que “enquanto perdurar a suspensão das atividades presenciais na UFSC, os exames de qualificação poderão ser realizados por meio de sistema de áudio e vídeo em tempo real.” (Aqui, link para a página da PROPG, em que se elencam as medidas emergenciais frente à pandemia: https://propg.ufsc.br/medidas-emergenciais-em-razao-do-covid-19/);

  4. A Representação discente segue a proposta do Centro de Ciências da Educação (CED), feita ao e aceita pelo subcomitê acadêmico de combate à Covid da UFSC (conforme informado na página da APG), de conceituar as atividades remotas, que porventura venham a ser realizadas, não como “ensino”, mas como “atividades pedagógicas não presenciais”, de caráter emergencial, limitadas ao período da pandemia. Entende-se assim que somos totalmente contra as iniciativas de substituição do ensino presencial pelo remoto;

  5. Também no sentido de resguardar os estudantes contra eventuais abusos por parte de agentes da Universidade durante a pandemia, a Representação discente defende a necessidade de diretrizes básicas da Reitoria, comuns a todos os Programas, norteadoras das atividades acadêmicas em geral e que funcionem como pré-requisitos para o acesso universal e a qualidade do ensino e da aprendizagem.


KAMIQUASE
Representação discente do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGLit/UFSC)

 

[Representação Discente] Nota de Repúdio dos Representantes Discentes do PPGLit

12/06/2020 08:00

Nota sobre o artigo de opinião “Por que a UFSC não retorna suas atividades?”, publicado por estudante do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGLin) no dia 5 de junho de 2020 no jornal ND Mais (Grupo ND).

Diante da publicação e veiculação do artigo de opinião “Por que a UFSC não retorna suas atividades?”, nós da Representação Discente do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina manifestamos nosso repúdio ao ataque à Educação Superior realizada pelo artigo.

Fazemos coro à Representação Discente do PPGLin: a UFSC tem demonstrado comprometimento e cuidado com a saúde de sua comunidade e tem debatido o retorno às suas atividades (de maneira presencial, não-presencial ou semipresencial) com as precauções necessárias para a segurança e a equidade de acesso para todos.

Esse tipo de ataque é corriqueiro em blogs de jornais, páginas e grupos de redes sociais, que se associam à ideia de que as universidades públicas não têm agido adequadamente frente à pandemia mundial que assola a todos. É comum a tentativa de ressurreição do discurso falido e acientífico do ex-ministro do MEC, Vélez, que faz parte de grupos que usam dos golpes mais baixos para tentar associar a imagem da Educação Superior à vadiagem e reduzi-la a uma determinada visão política de maneira conspiratória.

Ignora-se o papel do Hospital Universitário, o único a pioneiramente e rapidamente montar um hospital de campanha em Santa Catarina. Ignoram-se os biólogos, físicos, engenheiros e médicos que continuam realizando suas pesquisas e estágios nos laboratórios. Ignora-se que o trabalho dos professores, técnicos e alunos do Ensino Superior não se reduz às aulas. Ignora-se que os cursos de EaD e atividades de pesquisa não presenciais não foram paralisadas. Para o bem ou para o mal, como ressoam o reitor e pró-reitores, a UFSC, como todas as universidades públicas no país, não pararam. E “para o mal” é o lado que pende principalmente aos alunos em situação de vulnerabilidade ou que, por conta das quarentenas, retornaram às suas casas, às vezes sequer em Santa Catarina.

Retomar as atividades semipresencialmente sem considerar a verba da UFSC inclui ferir o artigo 205 da Constituição Federal, que garante a universalidade da Educação como direito básico. Não há espaço para idealismo nesta pandemia, onde todos os alunos que não têm acesso à internet, até para responderem a questionários se têm ou não acesso à internet, iriam ser mapeados e iriam receber alguma ferramenta para continuar seus cursos de graduação ou pós-graduação, independentemente das suas condições psicológicas ou de saúde. Em vez de propor uma solução que levasse em conta estes fatores, que são de preocupação de absolutamente todos os sujeitos na UFSC, a opinião que se espalha é a de que a Educação (Superior) é falha. Não é fácil retomar o respeito da sociedade após a propagação deste tipo de opinião, mas é nosso trabalho enquanto alunos e alunas que prezam pela democracia e pela democratização do ensino. Por isso, escrevemos esta nota, aproveitando para compartilhar com os leitores e leitoras uma imagem que representa nosso trabalho, realizada pelo cientista da informação, Enrique Muriel:

 

Florianópolis, 11 de junho de 2020
Representação Discente do PPGLit – UFSC, Kamiquase


KAMIQUASE
Representação discente do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGLit/UFSC)

 

[Representação Discente] Nota de balanço do questionário aos discentes do PPGLit

10/06/2020 10:19

 

Prezades colegas do PPGLit,

A representação discente apresenta um balanço do questionário que fizemos para os discentes do Programa, visando a conhecermos, minimamente, as suas condições neste momento de pandemia. Procuramos, por esse meio, fundamentos para os debates acerca do andamento de nossas atividades acadêmicas, principalmente no que diz respeito a uma eventual implementação emergencial de atividades pedagógicas não presenciais, implementação que, como sabemos, vem sendo considerada pelos órgãos administrativos da UFSC. Fez-se necessário, portanto, perguntarmos aos colegas se esta alternativa lhes é válida e mesmo possível. Entre os dias 12/05 e 02/06, 111 discentes responderam. Ressalte-se que essa iniciativa partiu de nós, representação discente, gestão “Kamiquase”, e foi enviada a todos pela secretaria do programa no e-mail com o assunto [De: Representação discente]Mapeamento dos discentes PPGLit.

A respeito dos dados das respostas objetivas (cujos gráficos copiamos abaixo), é notável que, instados a responder sobre a validade ou não de encontros virtuais a fim de dar prosseguimento ao calendário 2020.1, a maior parte das respostas foi positiva (55% = 61 discentes). Porém, enquanto 88,3% (98 discentes) disse ter infraestrutura técnica para a realização dessas atividades, uma expressiva porcentagem (11,7% = 13 discentes) disse não dispor dela. Salientamos também que 28,8% (23 discentes) respondeu que não possui um ambiente doméstico adequado para a realização desse tipo de atividade. E quanto à proposta feita pelo Fórum das pós-graduações em Letras do CCE, de realização dos dois semestres em concomitância, a maioria não concordou (51,4% = 55 discentes). A última questão se refere àqueles que não têm bolsa. Somente 46 discentes responderam e, dentre eles, 60,9% (28 discentes) disseram não ter condições de manter aulas mesmo que à distância. Abaixo, os gráficos:

É importante notar o fato de o questionário haver sido respondido por apenas 111 discentes, dos 190 matriculados no Programa (cf. quantitativos do site da secretaria). Isto nos leva a pensar que, entre os 79 discentes que não responderam, talvez haja casos de falta de condições materiais para tal (por exemplo: problemas de conexão à internet, sobrecarga de trabalho e falta de tempo) ou mesmo de condições psicológicas. Aliás, no que toca à saúde psíquica dos nossos colegas em meio ao desastroso cenário atual, o questionário não indagou diretamente pelo aspecto emocional/afetivo dos discentes durante a pandemia, aspecto fundamental para qualquer atividade, porém extremamente difícil de ser examinado por este meio. Deixamos, porém, um campo aberto para que os discentes se expressassem livremente e, aí, apareceram falas que, confrontadas com os números dos gráficos, possibilitam reflexões mais complexas.

Por exemplo, exatamente em relação à saúde psíquica, pode-se ressaltar entre os comentários, por parte de alguns discentes, o entendimento de que a pandemia não prejudicou o trabalho acadêmico de modo isolado, mas em conjunto com outros aspectos da vida. Por um lado, o contexto do surto pandêmico diminuiu as chances de conseguir emprego. Por outro, aqueles que o têm, trabalham mais para garanti-lo, aumentando exaustivamente as tarefas no infelizmente famoso “home office”, o que deriva em esgotamento mental e, consequentemente, em baixa produtividade acadêmica.

Os relatos que demonstram essa implicação mútua entre condição material e saúde psíquica, que se reflete no trabalho acadêmico, ajudam-nos a entender por que a grande maioria dos estudantes sem bolsa do Programa afirmaram não se ver em condições de manter atividades letivas, mesmo que à distância. E, acerca deste dado dos não bolsistas e para além dos relatos registrados, podemos também especular, por exemplo, que, com o RU fechado, aumenta o gasto com alimentação, o que provavelmente resulta em aumento da carga de trabalho necessária para suprir tal gasto. A essa acrescida carga de trabalho pelo dinheiro, somam-se tarefas que antes eram socializadas, como precisamente a do RU, e, ainda, os cuidados domésticos contra o vírus. Em suma, para além da demanda acadêmica não remunerada somada ao trabalho para o sustento (o que já é alta carga de energia dispendida), com a pandemia surgem outras demandas, dificultando muito ou mesmo inviabilizando a participação destes colegas em aulas.

Sobre a dificuldade desta participação atualmente, podemos supor que ela não se restrinja aos não bolsistas, considerando por exemplo o relato de um discente sobre estudantes que tiveram que viajar para as suas cidades natais para auxiliar seus familiares, cuidando dos pais, dos sobrinhos, da casa. Como esses estudantes irão participar de atividades remotas, sejam elas em horários específicos ou não? – pergunta o discente. Ou seja, tendo em vista que no momento todo o conjunto de atividades dos estudantes está afetado, o retorno às atividades letivas de modo remoto não implicaria apenas a necessidade de a UFSC prover a infraestrutura técnica para tal, mas também a atenção a outras questões ainda mais complexas.

Provimento de infraestrutura que, aliás, foi nos comentários livres largamente apontado como condicionante para tais atividades, no caso de virem a ser implementadas. Percebemos uma grande preocupação da maioria dos discentes com xs colegas e a afirmação da necessidade de que todos, sem exceção, tenham qualidade no acesso aos conteúdos, cabendo ao Programa e à Universidade investigar e disponibilizar, aos que necessitam, todo o apoio necessário, além de computadores e internet com pacote de dados suficiente. Ainda quanto a este aspecto técnico, muitos ponderaram que, embora possuam alguma infraestrutura para as atividades remotas, ela não é adequada, uma vez que, por exemplo, a internet é compartilhada com outros membros e residências, o que leva à oscilação do sinal. Mas não é apenas este aspecto que preocupa os discentes em relação a essa possível transformação em suas atividades letivas. Houve quem notou que a riqueza da Pós estaria em parte nas discussões dos encontros presenciais, o que se perderia. E, mesmo entre aqueles que aceitariam as eventuais atividades à distância, há, majoritariamente, a ressalva de que estas não podem ser implementadas apressadamente, considerando: o devido período de capacitação dos professores e estudantes para tal; o período de reajuste didático; e o debate amplo com todos os interessados, de modo que todos tenham as mesmas condições de acesso ao ensino que lhes é devido.

Registramos com ênfase esta manifestação de solidariedade por parte da maioria de nossos colegas, muito embora também seja verdade que alguns discentes defenderam incondicionalmente a implementação das atividades remotas, vendo nelas a alternativa talvez necessária para minimizar as perdas acadêmicas durante esse período sem parâmetro histórico recente, mas sem expressar preocupação com as possíveis situações de dificuldade em que seus colegas talvez se encontrem, justamente neste momento de aguda crise global.

Em relação à proposta de realização concomitante dos semestres 2020.1 e 2020.2, os números expressaram o desacordo majoritário dos discentes do Programa. Nos comentários abertos, os argumentos contra tal proposta se resumem aos prejuízos pedagógicos que dela derivariam, seja pelo excesso de leituras sem o devido tempo para a reflexão, seja pela sobrecarga tanto aos docentes quanto aos discentes, entre os quais, como já sublinhado, muitos acumulam outro trabalho ao acadêmico.

Há que se notar ainda que, para além do prejuízo nas atividades letivas, os comentários apontam o fato de que a pandemia afeta a pesquisa dos pós-graduandos de um modo mais amplo, tendo em vista: o fechamento de bibliotecas, museus e outras instituições que possibilitam a investigação, prejuízo ao que a falta de dinheiro novamente se soma, por impossibilitar a compra dos materiais necessários; a suspensão dos eventos acadêmicos; a atenção ao trabalho prejudicada pelo isolamento doméstico com familiares e às vezes com crianças, que têm as suas mais diversas demandas.

Foram várias as sugestões de enfrentamento às dificuldades por que passamos, nós pós-graduandos, neste momento. Desde modelos para atividades letivas remotas até a suspensão ou cancelamento do semestre 2020.1. No meio dessas alternativas aparecem, também, as condicionantes para a eventual implementação das atividades à distância, como já fora apontado; a sugestão de remanejamento do semestre 2020.1 para o semestre seguinte ou mesmo de 2020 para 2021; e a sugestão de prorrogação, pelo tempo de duração da pandemia, de todos os prazos acadêmicos, inclusive o de conclusão de curso, considerando os já mencionados prejuízos a todo o conjunto de atividades dos pós-graduandos.

Quanto à contraposição entre a implementação das atividades remotas e o cancelamento do semestre, vale sublinhar dois pontos que foram levantados nos comentários. O primeiro é a preocupação de que, na atual conjuntura nacional, ao aceitarmos as aulas remotas, mesmo que seja como medida emergencial e mesmo que garantindo o acesso a todos, possamos contribuir para o fortalecimento do discurso pela EAD, para a implementação deste método de ensino como regra e, consequentemente, para o sucateamento da Universidade Pública. O segundo ponto se refere à necessidade de sabermos o que está em jogo no cancelamento do semestre, como isso afetaria os colegas e todos os membros do corpo acadêmico. De fato, a Representação discente entende que a Reitoria da UFSC ainda não informou à comunidade, detalhadamente e com os devidos fundamentos legais, como é necessário, quais as efetivas consequências de um eventual cancelamento ou uma suspensão do semestre. Solicitamos, portanto, à Coordenação do PPGLit e à APG que exijam enfaticamente, da Reitoria, uma resposta adequada e amplamente divulgada, sem a qual todo o debate acerca do andamento das atividades da UFSC fica prejudicado.

Por fim, manifestamos nossa preocupação com relação ao mapeamento proposto pela Câmara de Pós-Graduação (CPG), que ofereceu um instrumento insuficiente para mapear os discentes. Fica claro que existe uma movimentação na UFSC com o intuito de “enfiar goela abaixo” o ensino remoto, ignorando as questões que vêm sendo discutidas. Posicionamo-nos vivamente contra esse tipo de imposição e faremos o possível para fazer valer o princípio da equidade no acesso e permanência na nossa universidade.

Estamos juntos nessa luta!

KAMIQUASE
Representação discente do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGLit/UFSC)

Prorrogação Chamada Revista Landa 2020/2

29/05/2020 10:42

Prazo para envio dos trabalhos: 30 de agosto de 2020

Alegria, alegria: ainda a prova dos nove?

Arde, arde, América Latina. E, mais uma vez, arde como imagem ausente, como colapso de projeto e como projeção do colapso. Num momento em que a lógica do desenvolvimento se mostra, novamente, como imposição e perpetuação de uma violência histórica insuportável, isto é, no momento em que a exceção torna-se o modo mais ordinário do exercício do poder e a democracia se configura como o seu semblante; neste momento, pensar criticamente o que seria um espaço próprio, um espaço latino-americano para além dos fatalismos sempre cômodos da melancolia, torna-se uma das tarefas mais urgentes. Pensar a alegria, portanto, como um princípio de montagem de “cenas” de vida ou de sobrevivência que, situadas na América Latina, ganharam a potência de acontecimentos disruptivos que nos permitiram, muitas vezes, visibilizar a potência e a resistência para além dos fracassos, das mazelas e dos principismos. Em questão estão os modos como o “estético” sempre foi política do sensível, política de vida.

Em torno dessas cenas da alegria de uma vida estética – Alegria, Antropofagia, Aletria – pode ser montada uma imagem limite da América Latina. Se a permanência da barbárie parece se configurar como uma espécie de projeto, a sua crítica e a rejeição da impotência a que parece nos condenar caracterizam-se como um gesto a contrapelo, de extrema urgência, que por sua vez só pode produzir efeitos se articulado com as sobrevivências e os sobreviventes.

Por que dançam os que dançam? E para que dançam? Por que preferem não preferir não? Em que momentos a resistência latino-americana ganhou a dignidade de uma festa? A arte/a literatura já foram cenários dessa alegria? Foram lugares de afeto? Como mapear esses momentos? Com que instrumentos? Com que propósitos?

Ainda e em mais direta referência à “América Latíndia” na tradição da Antropofagia Brasileira de Letras: se a alegria é prova dos nove, como o será “Alegria, Alegria” (a canção), ainda seria possível contrapor a “alegria da senzala” à “tristeza das missões”, cujo avatar, a “estética do frio”, igualmente se contraporia a ela?

É a partir dessas perguntas que a revista Landa abre sua chamada para trabalhos que abordem momentos e cenas dessa “prova dos nove” nas artes e na literatura das américas latíndias do mundo.

Trabalhos que não respeitem as normas editoriais não serão aceitos. As normas podem ser consultadas em: http://www.revistalanda.ufsc.br/normas.html

Os originais deverão ser enviados por correio eletrônico ao endereço: revistalanda@gmail.com

Projeto Krisis – Tempos de Covid-19

20/05/2020 10:02

“Krisis – Tempos de Covid-19” é um projeto do Núcleo de Estudos Contemporâneos de Literatura Italiana da UFSC. A proposta é criar um espaço de reflexão, e também um arquivo, sobre a experiência trágica da pandemia de Covid-19 que vem devastando a vida de todos nas mais diferentes latitudes. O sustento das famílias, o convívio social, o trabalho remoto, as caras conquistas em relação à liberdade de ir e vir sofreram grandes abalos no início de 2020. Como nos comportamos diante dessa situação de emergência? Quais são os limites de uma situação de urgência? Como pensamos e nos relacionamos com o outro? Como pensar o pós-pandemia? Todas essas questões são abordadas pelos nossos convidados, escritores, poetas e artistas italianos, a quem agradecemos pela participação.

 https://youtu.be/H-l33nDmkQs

Rede de apoio a estudantes

08/04/2020 10:43

Prezadxs colegas do Programa de Pós-Graduação em Literatura – UFSC,

Solicitamos que aqueles e aquelas que estiverem em condições de vulnerabilidade nos enviem um e-mail (kamiquase.ppglit@gmail.com), para que possamos mapear quais são as carências neste momento. Poderemos, então, discutir e buscar, juntxs, redes de solidariedade e apoio.

Diante do cenário que se apresenta nas últimas semanas em função da pandemia de Covid-19 associada às incertezas geradas pela conduta da CAPES, sabemos que muitxs de nós estão em condições de fragilidade e vulnerabilidade econômica e social. Sabemos que a paralisação de atividades presenciais, como o funcionamento do Restaurante Universitário, leva muitxs estudantes a enfrentarem desafios ainda mais complexos que aqueles que enfrentamos em condições de normalidade.

Neste momento, enquanto representação discente, gostaríamos de nos colocar à disposição para buscar meios de amenizar as consequências mais imediatas. Desta forma, não podemos deixar de manifestar nosso repúdio em relação à conduta da CAPES e do Governo Federal que há muito vem gerando uma atmosfera de insegurança aos pesquisadores e pesquisadoras deste país.

Neste mês de abril, caso você tenha alguma necessidade específica como cesta básica, moradia ou outras questões relacionadas à vulnerabilidade econômica, entre em contato com a representação discente pelo e-mail kamiquase.ppglit@gmail.com

Lembramos ainda que a APG mantém um canal aberto de comunicação via e-mail para outras iniciativas de colaboração, como a FESA, Frente Estudantil de Segurança Alimentar. Mantenha a leitura diária dos seu e-mail e participe do levantamento de situação de vulnerabilidade neste momento emergencial.

Juntos podemos mais!