Nota pública sobre o dia 13/08/19 (CCE)

12/08/2019 16:16

À Comunidade Usuária do CCE,

A Direção do CCE, tomando conhecimento do evento nacional agendado para o próximo 13 de agosto de 2019, solicita a cada servidor docente, técnico administrativo e discente a observância de condutas que possibilitem a recuperação, quando for o caso, de atividades didático pedagógicas previstas para esse dia.

Nesse contexto, pedimos aos docentes que evitem o agendamento de avaliações e/ou trabalhos para essa data.

Tendo em vista a impossibilidade de uma previsão exata do alcance desse movimento, informamos que, em princípio, os blocos do CCE serão abertos pelas equipes de portaria. Estaremos avaliando a situação na manhã do dia 13 e, com o foco na segurança pessoal e patrimonial, verificando a viabilidade em manter liberados os acessos aos prédios.

Florianópolis, 12 de agosto de 2019.

DIREÇÃO DO CCE

Chamada do II Seminário Oco

12/08/2019 15:45

Como potência de uma força latente, prestes a irromper e renovar a vida, a primavera há muito provoca reflexões teóricas, alimenta metáforas, alegorias e lutas sangrentas de insurreição, como a Primavera de Praga, a Primavera Negra e a Primavera Árabe. A natureza, em seu ciclo de repetições diferidas, conserva sentidos abertos, estando presente de maneira cara a nós da Primavera de Botticelli (ou Alegoria da Primavera) ao cacto de Bandeira, em seu vigor irrefreável, em sua beleza violenta. A poeta Hilda Hilst cantou: “Ouço que é preciso esperar/ Uns nítidos dragões de primavera” para completar, tragicamente: “mas à minha porta eles viveram sempre”. Viveiros de Castro e Déborah Danowiski perguntam: “Há mundo porvir?”. Fazem isso sem deixar de atentar para urgências que vão muito além daquelas locais, espacial e temporalmente, colocando em questão a própria possibilidade de existência terrena, dada a sempre latente questão de o caráter “natural” do universo ser drasticamente alterado. Como pensar a perenidade de promessas primaveris diante das crescentes erosões e insensatas destruições características dos tempos que correm? Como restituir potência à vida latente de modo a tornar possível desabroches? Desabrochar, singular por natureza, torna-se plural pela estranha constelação que surge das múltiplas pontas que brotam, nos mais variados territórios, de maneira a caracterizar em conjunto uma estação primaveril: heterogênea, tornada una pela contraditória possibilidade da variação. Única estação feminina na língua portuguesa, a primavera cria uma fresta fértil de pensamento: espaço capaz de colocar em questão a solidez vertical do masculino, tornada instável pelas teimosas irrupções, abalos da tentativa de uma voz única. Se as flores, imagens primaveris por excelência, podem emprestar o significante para inalcançáveis purezas, primor e perfeição; não hesitam em deslocar-se por barrocos floreios, rompimentos juvenis, superfícies sensitivas. À flor da pele, anti-rosas radioativas, atômicas, desérticas e espinhosas podem minar ereções civilizatórias, podem esquivar-se das espadas ao mesmo tempo em que se deixam inclinar pelas brisas mais leves. Diante das urgências do presente, o Núcleo Oco de Artes convida para a participação no II Seminário OCO: ocas primaveras, com o objetivo de alimentar reflexões e diálogos formulados nos marcos dos campos das artes e das humanidades. O período de submissão de propostas de comunicação permanecerá aberto até 13 de agosto de 2019. O evento acontecerá no Auditório Elke Hering, Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Catarina, nos dias 02, 03 e 04 de setembro de 2019. As propostas de comunicação devem ser enviadas para o e-mail seminario.oco@gmail.com, contendo nome completo, vínculo institucional, título, resumo expandido contendo bibliografia (até 1500 palavras) além de 3 a 5 palavras-chave.