Nota de Falecimento

12/07/2016 15:26
É com pesar que comunicamos o falecimento, no sábado 9 de julho, da professora Edda Arzúa Ferreira. A professora esteve lotada no LLV/CCE e fez parte do grupo fundador do Programa de Pós-graduação em Literatura da UFSC.

Edda Arzúa Ferreira (1931-2016)

 

 

Em “O cavalo morto. Representação plástica em todos os níveis”, uma análise do poema homônimo de Cecília Meireles, Edda Arzúa Ferreira (1931-2016) destacava que a recorrência de cores, pedrarias e palavras solenes registra uma tal sensualidade de elocução que corre o risco de fascinar o leitor pela exuberância de imagens e pelo brilho do arabesco verbal, apresentando, mesmo assim, de maneira pungente, as relações antitéticas e paradoxais entre morte e vida. “Não se trata apenas de uma representação sensorial do cavalo morto, mas também de uma constante chamada para a antítese: morte versus vida. Representação poética magistral de uma matéria em si prosaica, até banal, O cavalo morto mostra-nos que o poético vai além do objeto, extrapola-o, visto que a poesia remunera não apenas a fragilidade das coisas, dos fatos, mas também a da própria linguagem”. Edda Arzúa Ferreira, doutora em Letras sob a orientação de Antonio Candido, fez parte do núcleo inicial do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP, junto a Berta Waldman, Adélia Bezerra de Meneses, João Luiz Lafetá, José Miguel Wisnik, Maria Lúcia Dal Farra, Suzi Frankl Sperber, Vera Chalmers e Yara Frateschi Vieira. Fez parte também do grupo inicial da Pós-graduação em Literatura da UFSC e do Partido dos Trabalhadores em Santa Catarina. Foi autora, entre outros títulos, de Integração de perspectivas: contribuição para uma análise das personagens de ficção (Rio de Janeiro, Cátedra, 1975) e O texto literário. A prática da interpretação (Florianópolis, Editora da UFSC, 1983).